
Reflexões a flor da pele..
Há alguns dias, me coloquei a disposição em ajudar uma pessoa de meu convívio, vendendo uns lanches naturais feitos por esta para ajudar em sua renda familiar.
Creio que não é preciso citar nomes, até porque tomei a liberdade de expor a situação sem o consentimento da mesma, para mostrar uma realidade crítica.
A pessoa na qual entregava os lanches todos os dias no local onde trabalho, questionou aos seguranças se podia deixar um currículo na portaria para trabalhar em algum DP, a mesma por sua vez estava vestida com roupas e se portando de modo singelo, quando o segurança a olhou feito montanha, disse antes mesmo de receber o currículo:
- No momento não temos vagas para faxina, o serviço é simples mas..., sinto muito... (logo pensei: “as aparências enganam e o racismo te engana”)
Não que faxina não seja digno, é tão quanto muitos “serviços” por aí, enfim..., não era o caso desta dizer que é formada em um curso superior, mesmo porque isso não vem ao caso, não naquele momento. Analisando o fato, nota-se que a aquilo não era nem pela idade, porque ela não aparenta ser uma senhora, mas sim pela visão sub-raça, esta que as pessoas adquirem dos primórdios até hoje e nem se quer resistem a isso. Por incrível que pareça ainda escuto: “você acha mesmo que tem pré-conceito /preconceito no Brasil?, bom..., depois deste fato, está mais do que evidente como um tapa na cara que o negro não pode chegar a um cargo “superior”, tanto nos estudos, como nas fábricas, indústrias, etc...é triste pensar assim, mas isso me lembra o “apartheid”, pode parecer agressivo da minha parte, mas parece não ter outro nome.
Quanto a esse fato, a pessoa na qual cito, me disse:
- Ele nem olhou o meu currículo, encostando-o na prateleira, talvez se envergonharia de tamanha ignorância..., mas não ia apontar as minhas qualificações profissionais ou pessoais, mesmo porque seria covardia, que culpa ele tem de ter vindo de uma educação bruta e não ter evoluído, talvez o mesmo não teria condições para tanto ou mesmo não se deu a oportunidade, não posso julgá-lo, na verdade não estava lá para provar o que sou, mesmo porque ele não paga as minhas contas, prefiro deixar que a vida o ensine, assim como me ensinou e ensina até hoje.
Esta conversa me fez pensar muito... Sei que isso não foi omissão, mas consciência, pois a uma grande diferença..
“Se defender perante aos opressores e não aos oprimidos”.
"Pensar nos faz rever conceitos".
No mais..
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